Como agir com criança teimosa?
Um dos maiores desafios dos pais é a dificuldade de fazer a criança entender os limites impostos a ela e obedecê-los sem resistência. Vários fatores interferem nessa situação e podem estar atrapalhando na educação dos pequenos.
Ao contrário do que muitos pensam, utilizar da violência se a criança teimosa não é um recurso recomendado. Na maioria das vezes faz a criança estar sujeita a traumas e medos que ela pode levar para toda a vida.
Algumas dicas simples podem ser valiosas para se obter um melhor desempenho quando o uma criança teimosa. Desse modo, sem que seja necessária medidas mais drásticas como é o caso do uso da agressão física.
Conteúdo
O papel da criança na família
Atualmente no Brasil, inclusive, é proibido o uso de castigos físicos ou tratamentos cruéis e degradantes contra crianças e adolescentes. Isto está previsto na lei 13.010/2014, conhecida informalmente como “Lei da palmada”.
Segundo especialistas, o entendimento da criança de que existem normas e que ela precisa segui-las faz parte do seu aprendizado e desenvolvimento, sendo extremamente necessário na educação. Algumas orientações se tornam importantes para que isso ocorra da forma branda e efetiva.
Primeiramente, é importante que o filho saiba seu papel e importância dentro da família, e que se construa um ambiente harmônico em casa. Isso permite que a criança entenda que obedecer aos pais contribui para a manutenção de uma convivência pacífica e sem conflitos.
Uma dica para integrar mais a criança é, por exemplo, a existência de um lugar reservado para ela na mesa de jantar, ouvir com atenção quando ela solicitar, entre outras atitudes que reforcem esse conceito de importância dentro da convivência em família.
Quanto tempo e como dar atenção à criança?
Além disso, outra questão essencial é a existência de um bom vínculo afetivo dos pais com os filhos. Dar carinho, conversar são atitudes fundamentais para qualquer criança, inclusive se a criança teimosa.
Quando a criança está segura de que detém a atenção dos pais, ela entende que não precisa desobedecer ordens para chamar atenção. Assim, se torna uma criança que não obedece.
Aliás, não é mandatório que essa atenção seja prolongada, alguns especialistas afirmam que a qualidade do tempo de brincadeiras com o filho é muito mais importante do que a quantidade de horas despendidas.
Chegar do trabalho e brincar, conversar, demonstrar amor a criança em 15 minutos, pode ser mais efetivo do que um dia inteiro com ela sem uma interação direta. Da mesma forma, criar um bom vínculo não é sinônimo de mimos e presentes. O maior presente nesse momento é a atenção e integração com o filho.
Ainda assim, não pense em dar atenção ao seu filho de forma cronometrada, como se fosse uma obrigação sua. Pelo contrário, faça isso por amor, dedicando o tempo que quiser, criando vínculos firmes com ele.
Mesmo com quando a criança teimosa, muitas vezes os sintomas da desobediência podem ser suprimidos apenas com um bom relacionamento. Tente estar presente enquanto estiver com ele. Mesmo nos momentos em que ele passar do limite, explique o porquê daquele comportamento ser errado.
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Criando uma rotina para o seu filho
Outra dica é sobre a criação de uma rotina para o pequeno. É fundamental que ele tenha seus afazeres cotidianos relativamente predeterminados pelos pais, pois isso trás segurança, diminui a ansiedade e faz com que ele se sinta cuidado.
Com o passar do tempo, pode-se flexibilizar certa autonomia para a criança em pequenos afazeres, para que ela se sinta capaz de idealizá-los. Assim, ela se sente mais capaz com o tempo e própria de suas responsabilidades, ajudando quando a criança teimosa.
Um outro ponto muito importante de ser abordado, é também relacionado a rotina, mas agora a dos próprios pais que muitas vezes tem cargas de trabalho estendidas e prolongadas. Especialistas apontam que por mais que a criança sinta falta dos pais, ela consegue entender a situação quando é explicado a ela sobre a necessidade dos pais de trabalhar.
Isto está de acordo com o que já vínhamos falando anteriormente: deixe a criança sempre a par do que está acontecendo. Não subvalorize a capacidade de entendimento do seu filho e explique a ele o que está acontecendo e porque chegará atrasado, por exemplo.
É claro que nem sempre a reação dele será a das melhores, mas é importante que os pais tentem fazê-los entender a partir do diálogo. Explicar e buscar a compreensão deles é melhor do que as brigas e as imposições.
Justamente do sentimento da criança de não estar sendo compreendido que pode derivar a desobediência e uma criança que não obedece. Avaliar a causa de cada caso é tarefa apenas para um profissional, como um psicólogo infantil, mas já podemos ter uma ideia de algumas tendências e padrões, como este.
O problema da superproteção
Um problema relacionado começa quando os pais se culpabilizam por estarem ausentes e tentam compensar a ausência através de permissividade ou da superproteção. Isso pode ativar, se a criança teimosa, alguns comportamentos em particular.
Quando os filhos percebem a culpa que os pais sentem, não é incomum inclusive de se utilizarem de comportamentos manipuladores. Os pais precisam se sentir livres e autônomos na educação, educar sem culpa e entender que isso faz parte de sua responsabilidade para com aquela criança.
Com relação a imposição de regras e limites, dê sempre ordens claras. Se utilize da linguagem apropriada para a idade e com tom firme. Olhe nos olhos. O carinho e a firmeza são os seus aliados, sempre juntos. Pense que a educação, mesmo que dura, é necessária.
Após veicular a ordem pela primeira vez, aguarde alguns instantes para ver se a criança fará conforme solicitado. Caso não tenha surtido efeito, pegue-a pela mão e acompanhe ela na execução. Dessa forma ela entende que fará o que foi solicitado de uma forma ou de outra.
Uma outra maneira é dar uma pequena autonomia de escolha a criança, mas que em todas as opções ela faça o que foi imposto. Um exemplo seria quando se torna necessário colocá-la na cadeirinha do carro: ao invés de simplesmente falar firmemente que ela deve sentar na cadeira, pode-se utilizar de perguntas como “vou colocar você na cadeirinha, você quer colocar o cinto de segurança ou quer que a mamãe coloque para você?”. Sempre dispondo duas opções que serão favoráveis a atividade que os pais precisam desempenhar.
Desse modo, o que a criança terá de fazer é escolher uma entre as duas opções que você deu. E, qualquer uma que ela escolher, terá cumprido os seus objetivos, que eram os de colocá-la na cadeirinha.
Lidando com o problema “criança teimosa”
Apesar de todo o empenho, é sempre importante estar preparado para a desobediência. Ela é natural da criança enquanto ela testa os limites em que pode chegar. Ao desobedecer ela busca uma satisfação momentânea, nem sempre é para desafiar os pais.
Nesse momento é necessário agir com calma e firmeza se a criança teimosa. Saiba o valor do “não”, de forma que ele não seja dito aleatoriamente, para que a criança entenda que quando os pais dizem não, é porque não é para fazer mesmo determinada atitude.
E aí a pergunta que sempre resta: e se fizer birra? É novamente momento de manter a calma, em especial se estiver em locais públicos. Não de atenção a opinião e olhares dos outros, apenas mostre a criança de que você precisa escutar as necessidades dela, mas não a birra.
Não ceda ao que ela quer, pois isso reforça para ela que fazer birra é algo que trará o que ela deseja. Você pode tentar desviar a atenção dela para outra coisa nessa hora.
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A babá e quem mais ajudar na criação deve ser bem orientada
Os pais devem orientar muito claramente quem auxilia a cuidar da criança. Se a criança não obedece, ações para evitar esta desobediência requerem um esforço contínuo, que abrange a todos que lidam com este filho.
Não dá para aceitar, por exemplo, que a babá ou os avós permitam regras distintas daquelas que os pais coloquem. Isto só vai confundir a cabeça da criança e criar margem para que ela tenha um comportamento divergente em relação ao que se deseja.
Em outras palavras, não é nada benéfico quando não se seguem as suas regras na criação do seu filho. A consequência, não só de confusão na cabeça de seu filho, é também que acaba fragilizando as suas normas e favorecendo o surgimento de comportamentos diferentes do que você deseja.
Para tanto, não esqueça de deixar bem claro para todos os que cuidam do seu filho o que é permitido e o que não é. Tenha uma conversa bem franca e clara com a babá, demonstrando quais são os limites e qual é a importância deles. Ela será o seu braço na sua ausência.
Com os avós, sabemos que esta situação acaba sendo mais complicada, uma vez que eles tendem ser demasiadamente permissivos. No entanto, não muda a orientação: deixe claro o que pode e o que não pode.
Algo, porém, que até pode ser permitido é a flexibilização de algumas regras na casa dos avós, por exemplo. No entanto, a criança deve entender muito bem, com as suas explicações, que aquilo só é possível lá porque é uma casa diferente e só naquele momento.
Quando voltar à sua casa, as normas e os limites de antes seguem os mesmos. Qualquer conduta que os ultrapasse, deverá resultar nas consequências previstas, como uma conversa séria ou um castigo, em última instância.
Na casa dos amiguinhos e de outros a orientação é a mesma. Pode sair, mas somente lá. O importante é que a criança entenda que isto só está acontecendo porque o ambiente é outro e cada lugar tem as suas próprias normas de conduta.
Leia nosso artigo sobre como incentivar seu filho a ler
Saiba focalizar as suas ordens
Adicionalmente, temos de entender também que a cabeça da criança funciona de uma forma diferente da nossa. Não espere que o seu filho vá dar ouvidos se você mandar ele tomar banho enquanto estiver brincando.
São duas situações bem diferentes, que envolvem climas distintos e não devem ser tratados em conjunto. Cada ordem sua deve ter um foco claro, porque simplesmente a criança pode não dar ouvidos ao que você está falando.
Seguindo nosso exemplo, quando seu filho está brincando, suas energias e concentrações mentais estão todas focadas na brincadeira. Não é nem por má vontade que ele não se concentra no seu pedido de ir tomar banho.
Isso acontece porque ele está tão ligado e focado na brincadeira que quase literalmente esquece de todo o resto. Portanto, saiba entender que cada ordem tem o seu momento e que a criança tem um ritmo muito próprio.
Às vezes, se a criança teimosa apenas precisa ser melhor compreendida e a abordagem dos pais pode mudar para melhor. Não faça uma competição pela atenção dela, mas saiba os momentos exatos e as formas de passar as instruções.
Digamos ainda que ele esteja brincando, mas que é hora do banho. Já sabemos, portanto, que ficar gritando e competindo com a brincadeira é uma péssima ideia e que é algo que piora se a criança teimosa. Então, como fazer?
- Peça à criança para parar a brincadeira
- Agache e fale olhando no olho
- Fale o nome dele e dê a instrução
- Pergunte se ele entendeu e diga para que repita
Desse modo, será mais fácil passar o que você deseja sem ter de competir pela atenção. No momento da sua ordem, o foco da criança deve ser você. Não outras coisas ou você e mais outras coisas. Apenas você.
Mensagem final
Caso o seu filho não esteja obedecendo as suas instruções, tente mudar, em primeiro lugar, a sua forma de vê-lo e de dar as instruções. Caso a sua mudança não dê frutos, pode ser hora de procurar um profissional, que vá auxiliar nesta etapa.
É importante que os pais tenham calma e saibam entender as necessidades e particularidades da criança neste caso. A agressividade é sempre a pior das abordagens e só culmina em resultados negativos.
Referências
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13010.htm
https://delas.ig.com.br/filhos/seu-filho-nao-obedece-9-dicas-para-mudar-isto/n1237599090425.html
https://delas.ig.com.br/filhos/seu-filho-nao-obedece-9-dicas-para-mudar-isto/n1237599090425.html
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