Como preparar a criança no dia de vacinação
O dia de vacinação constitui, por vários motivos, data de importância na vida da criança. Isso pelo aspecto positivo (de prevenir doenças), mas também por um negativo. Como é algo incômodo e dolorido, nossos filhos podem acabar não gostando nada.
Na prática, no entanto, o que vemos muitas vezes é que os pais acabam ficando mais comovidos do que os filhos doloridos. De acordo com psicólogos, a injeção acaba sendo muitas vezes mais sofrida para os próprios pais do que para as crianças.
Para evitar que você fique com todo esse sofrimento durante o dia da vacinação de seu filho, preparamos este artigo. É normal ficarmos nervosos, assim como também é normal a criança ficar um pouquinho dolorida. Leia até o final e entenda.
Conteúdo
Como lidar com o dia de vacinação
Bom, então, como temos dito, o dia de vacinação pode ser traumático para todo mundo na família. Se as crianças tendem a sofrer um pouquinho com a agulhada, os pais por vezes acabam ficando ainda mais “doloridos”, por conta da pena.
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Todo esse sofrimento, no entanto, pode ser minimizado com algumas práticas indicadas por psicólogos. Eles ensinam o que fazer antes, durante e depois o dia de vacinação. Essas ações acabam ajudando mentalmente tanto a criança quanto os pais a não sobrevalorizarem a dor da picada da agulha.
A primeira grande dica começa já antes da vacinação, portanto. Ela é voltada especialmente para os pais mais ansiosos, que não conseguem se segurar muito e querem preparar a criança muito antes do evento.
No entanto, preparar o seu filho com a antecedência demais pode acabar vindo a ser um problema. Tanto você quanto ela vão acabar pensando muito sobre isso e levando a vacina a um nível muito alto de sofrimento, que não se justifica.
Pelo contrário, via de regra o que deve ser feito é preparar a criança no mesmo dia. Fale para o seu filho que você está levando ele para tomar uma injeção e explique que é para o bem da saúde dele, para que ele não fique “dodói”.
Faça ele confiar em você, entendendo que você não o levaria para algum lugar em que fossem fazer mal a ele. Seja bastante carinhoso, ao mesmo tempo em que deve ser firme o suficiente para não deixar ele tentar não ir ou fazer birra.
Pode explicar que irá ser uma picadinha, talvez um pouco dolorida, ou então uma gotinha. Como já dissemos também, saliente que os efeitos serão positivos para a saúde dele. Mostre que você e outros que ele conhece já se vacinaram também.
O que fazer no momento da injeção
Algumas outras orientações são especiais para o momento em que for ser feita a injeção. O dia de vacinação pode não ser tão fácil de controlar e, apesar de você já ter explicado tudo direitinho, pode ser que tanto você quanto seu filho estejam nervosos.
Em primeiro lugar, é importante que você tenha explicado corretamente como vai ser. Surpresas no momento (como uma dor que a criança não esperava ter) são negativas, pois podem fazer a criança não confiar mais em você nas próximas injeções.
É claro que ninguém gosta dessas picadinhas, mas também não é motivo para pânico. Tente ser sincero e carinhoso sempre, evitando que seja criado algum trauma de grandes proporções. Por incrível que possa parecer, há muitos pais e crianças que lidam bem com isto. Não gostam, mas sabem que é necessário e compreendem isto.
Entretanto, se a criança tem o costume de fazer birra, já é bom ficar preparado para o caso de acontecer. É bem possível que quando a injeção estiver sendo preparada ou quando estiver sendo aplicada ela reclame e esperneie.
A combinação aqui de carinho e pulso firme é, mais uma vez, o que deve ser seguido pelos pais ou responsáveis. Não é nada saudável ameaçar a criança. Por outro lado, olhe nos olhos dela, demonstre sua autoridade ao mesmo tempo em que explica calmamente e com afeto o porquê daquilo ser necessário e que logo irá passar.
Alguns pais ainda gostam de dar outras recomendações às crianças que podem ajudar a deixá-la mais segura e confiante. Olhar para o lado oposto ao lado em que for dada a vacina, por exemplo, é uma boa técnica. Outro movimento muito útil é segurar a mão ou o bracinho da criança e demonstrar a ela que está junto a ela, apoiando.
Como lidar com as outras crianças
Uma outra dúvida que surge é: como lidar com as reações das outras crianças? É muito provável que ao chegar no local de vacinação haja outros que estejam tomando vacinas e aos berros ou chorando.
É claro que ao ver este cenário um tanto caótico e desesperador pode dar um certo nervosismo adicional ao seu filho no dia de vacinação. No entanto, também não é o fim do mundo e, como já dissemos, é até mesmo esperado.
O que os pais devem fazer é simples e segue a mesma lógica de antes: acalmar a criança através do diálogo. Converse com ela e diga que talvez os pais das outras crianças não tenham explicado que o dia da vacinação até dói um pouquinho, mas que passa bem rápido e que faz bem.
Depois de passada toda essa parte sofrida do dia de vacinação, aliás, os pais podem (e devem) dar um agrado aos seus filhos. Isso pode ser simplesmente na forma de carinho (essencial) ou vir acompanhado também de um presentinho, como um lanche ou um passeio especial.
Como manter o calendário em dia
Manter o calendário de vacinação sempre atualizado e em vista para saber quando é o dia de vacinação é muito importante. Só assim os pais terão certeza de que seus filhos estão bem imunizados contra as doenças.
Existem opções em clínicas particulares com planos que englobam algumas vacinas um pouco diferentes do que na rede pública. No entanto, nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), vinculadas ao Sistema Único de Saúde (SUS), já há as vacinas essenciais a serem tomadas. Tanto a opção do SUS quanto a particular são ótimas
O Ministério da Saúde recomenda que o ideal é tomar a vacina exatamente na idade certa. Contudo, se isso não for possível e se perdeu o prazo, o que se tem a fazer é ir à UBS e buscar atualizar o caderno de vacinação.
No chamado Calendário Nacional de Vacinação os pais poderão se guiar sobre o que aplicar em seus filhos. No total até os 10 anos, são 12 vacinas na rede pública, num total de 25 doses. Durante a adolescência há mais algumas vacinas e reforços de outras. Já, quando adulto, há atualizações.
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Quais são as vacinas
As vacinas fornecidas nas UBS estão disponíveis abaixo conforme o que propõe o Calendário Nacional de Vacinação. É importante estar atento ao dia de vacinação certo, conforme a idade de cada criança.
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Ao nascer
BCG (previne formas graves de tuberculose) e Hepatite B – ambas em dose única.
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Com dois meses
Pentavalente (previne tétano, difteria, hepatite B, meningite, coqueluche e infecções por HiB), Vacina Inativada Poliomielite (previne a paralisia infantil), Pneumocócica 10 Valente (previne otite, pneumonia, meningite e outras) e Rotavírus (previne diarreia por rotavírus) – todas em primeira dose
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Com três meses
Meningocócica C – primeira dose
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Com quatro meses
Pentavalente, Vacina Inativada Poliomielite, Pneumocócica 10 Valente e Rotavírus – todas em segunda dose
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Com cinco meses
Meningocócica C – segunda dose
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Com seis meses
Pentavalente e Vacina Inativada Poliomielite – ambas em terceira dose
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Com nove meses
Febre amarela – dose única
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Com 12 meses
- Tríplice viral (previne rubéola, caxumba e sarampo) em primeira dose
- Pneumocócica 10 Valente e Meningocócica C em reforço
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Com 15 meses
- DTP (previne difteria, tétano e coqueluche) e Vacina Oral Poliomielite em primeiro reforço
- Hepatite A e Tetra viral ou Tríplice viral + varicela (previne sarampo, rubéola, caxumba e varicela/catapora) em dose única
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Com quatro anos
DTP e Vacina Oral Poliomielite em segundo reforço; Varicela atenuada em dose única
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De 9 a 14 anos (meninas)
HPV (previne contra o papiloma) – duas doses com 6 meses de intervalo
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Com 11 e com 14 anos
HPV (para meninos) em duas doses com 6 meses de intervalo e Meningocócica C (ambos os sexos) como dose única ou reforço
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Dos 10 aos 19 anos
- Hepatite B em até 3 doses, dependendo de quantas já tomou
- Febre Amarela se nunca foi vacinado
- Dupla Adulto (previne tétano e difteria) a ser reforçada a cada 10 anos
- Tríplice viral em até duas doses dependendo da situação de vacinação
- Pneumocócica 23 Valente (previne pneumonia, otite, meningite e outras doenças causadas pelo Pneumococo) para grupos específicos em até 1 dose dependendo da situação de vacinação
Por que é importante vacinar o seu filho
Vacinar é algo importante da vida da criança, uma vez que são seguras e auxiliam não só na saúde dela, mas de toda a população. O dia de vacinação deve ser respeitado à risca.
O uso correto das vacinas previne que o seu filho tenha algumas doenças que podem ser evitadas. Do mesmo modo, também fazem com que algumas moléstias que já tenham sido erradicadas do nosso país voltem a existir e fazer novas vítimas.
São várias as enfermidades que, felizmente, já conseguiram ser abolidas do nosso país. Hoje em dia, justamente por conta das vacinas, elas não representam mais um perigo à sociedade. Veja alguns exemplos:
- Poliomielite
- Rubéola
- Coqueluche
- Sarampo
- Tétano
Não acredite nas fake news que afirmam que elas não são seguras, que causam autismo, que tem efeitos colaterais desconhecidos ou qualquer informação do gênero. Para qualquer dúvida consulte o site do Ministério da Saúde, que contém uma série de informações úteis.
Antes de chegarem ao uso dos cidadãos, todas as vacinas passam por uma série de fases rigorosas de avaliação de segurança. No nosso país, por exemplo, quem é responsável por esta área é a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).
Mesmo depois que a vacina tem o licenciamento feito pela ANVISA, continua a ser monitorada. Isso significa que qualquer problema que houver, tanto este órgão quanto o Ministério da Saúde estarão a par e irão investigar. Isso garante a confiabilidade constante do sistema.
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Como funciona a vacina
No corpo humano, as vacinas atuam fortalecendo o sistema que protege o organismo contra agentes infecciosos externos. Em outras palavras, elas fazem com que quando a criança ou o adulto sejam infectados, o corpo já esteja preparado para combater, sabendo como fazê-lo.
Na prática, na primeira vez que um indivíduo é infectado por um antígeno (esse agente externo), entra em ação o sistema imunológico. Ele produz anticorpos, formados de proteínas, que servem para combater esse convidado indesejado.
Se, por ventura, aquele mesmo antígeno vier a voltar àquele mesmo corpo, o organismo já estará mais preparado. Por isso, ele irá produzir mais rapidamente os anticorpos, numa proteção que chamamos de “imunidade”.
Por conseguinte, a atuação da vacina é justamente voltada para gerar a imunidade. Num primeiro momento, os antígenos que causam a doença são inseridos no corpo pela injeção. Só que, ao contrário da loucura que isto possa parecer, na verdade é bem racional.
Esses antígenos são inseridos no corpo já mortos ou então muito enfraquecidos. Dessa forma, eles não representam perigo à saúde do corpo e ainda “ensinam” o sistema imunológico como eles são feitos, auxiliando a criar os anticorpos que vão combater se o corpo for infectado pelo mesmo antígeno no futuro.
Não há o que se preocupar com isso se for feito corretamente. Basta pensar que é um método já mais do que centenário e reconhecido cientificamente, que centenas de milhões fazem uso todo o ano e que ajudam a saúde.
É só ver os resultados na prática. Ao pensarmos em quantas doenças já foram erradicadas e em como a expectativa de vida cresce, por exemplo, já dá para ter uma noção de que são benéficas. Compare aos tempos em que não existiam vacinas, por exemplo.
Mensagem final
O dia de vacinação pode ser difícil tanto para os pais quanto para as crianças. No entanto, ele é necessário para garantir um futuro melhor para o seu filho. Por isso, trate ele com calma, carinho e explique, sempre com base no diálogo, o porquê dessa necessidade.
Tag:adolescência, Adolescente, Bebê, Criança, crianças especiais, infância, Mãe, Pai, Pais, saúde