Gravidez Precoce no brasil: Tudo que você precisa saber
Normalmente entendemos que a gravidez deve ser algo preferencialmente planejado e deve acontecer quando temos condições de criar os filhos. No caso da gravidez precoce no brasil, acontece o contrário.
São muitas as meninas que acabam engravidando na infância e adolescência, normalmente no período entre os 10 e os 19 anos. Isso acontece por uma série de fatores, que vão desde a falta de informação e educação sexual até motivos socioeconômicos, dependendo do caso.
Como esse é um problema de saúde pública que afeta a vida não só da grávida como também da família inteira, iremos abordar neste artigo. Durante a leitura, você vai ter acesso a informações essenciais do que é, por que geralmente acontece, quais são os problemas e como prevenir a gravidez precoce no brasil.
Conteúdo
Fatos sobre a gravidez precoce no brasil
A gravidez precoce no brasil nada mais é do que a gestação na juventude. Normalmente as estatísticas consideram dois tipos: entre 10 e 15 anos e entre 15 e 19 anos. Embora nos dois casos seja gestação precoce, é evidente que no primeiro é ainda mais alarmante, dado a idade e o despreparo da menina.
No mundo, 16 milhões de meninas entre 15 e 19 anos se tornam mães todos os anos. Abaixo dessa idade, são mais 2 milhões. Enquanto em algumas regiões do planeta isso diminui, em outras cresce ainda mais. Os números são da Organização Mundial da Saúde (OMS).
A região da América Latina, em particular, tem a segunda maior taxa de gravidez adolescente (entre 15 e 19 anos) do mundo, apenas atrás da África Subsaariana. Enquanto no planeta há 46 nascimentos a cada 1000 frutos de gravidez precoce no brasil, na nossa região este número chega a 65,5.
No Brasil esse dado é ainda maior, de de 68,4 para cada 1000. Para termos uma ideia de comparação, na França é de 12 para 1000, enquanto no Afeganistão é 90. Isso quer dizer que estamos mais próximos de países como o Afeganistão, sem uma estrutura adequada e sem um nível educacional muito alto, do que de países desenvolvidos. Preocupante, não?
Essas estatísticas demonstram que nosso país tem uma taxa muito elevada de gestações na juventude. Para se ter uma ideia, apenas em 2015 foram 575 mil crianças nascidas de mães entre 10 e 19 anos. Isso quer dizer que a cada cinco mulheres que dão à luz, uma é adolescente. Entre os anos de 2005 e 2015 houve uma diminuição muito leve no quadro estatístico, que se manteve quase igual.
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Isso é ainda mais preocupante quando levamos em consideração os riscos de uma gravidez precoce no brasil. Esta é sempre uma gestação de alto risco, com potencial de gerar maiores problemas para o feto e para a mãe. Além disso, essas meninas sofrem psicologicamente e até economicamente, uma vez que em algumas vezes acabam abandonadas ou têm maiores dificuldades para se inserirem no mercado de trabalho.
Leia nosso guia para ter uma gravidez com saúde
Como saber se a menina está gravida
Como saber se a menina está gravida? Saiba que os sintomas da gravidez precoce no brasil não são diferentes de uma gestação convencional. Ainda assim, listamos quais são eles para você ficar atento.
Se a jovem tiver algum desses sintomas e tiver tido relacionamentos sexuais desprotegida, é possível que esteja grávida. Nesse caso, lembramos que toda a gravidez precoce no brasil é de alto risco. Por isso, buscar um médico para iniciar o pré-natal é essencial.
Esses sintomas aparecem já nas primeiras semanas após a concepção. Eles não são sempre iguais em toda mulher. Isto quer dizer que podem mudar em frequência, intensidade e duração, sendo bastante individualizado.
- Menstruação atrasada: com 10 ou mais dias de atraso já é recomendado ficar de olho no que pode estar acontecendo e marcar um médico.
- Dor na região lombar: se tiver com frequência e não melhorar nem com massagem e descanso, é outro indicativo.
- Náuseas e vômitos: costumam a começar pela terceira semana e aparecem por qualquer cheiro ou gosto. Aversão à comida também acontece. Isso está relacionado à produção de alguns hormônios que se altera.
- Urinar com frequência: há mulheres que chegam a ter vontade de urinar a cada meia hora.
- Dores: dor de cabeça, cólicas e dores nos mamilos também podem acontecer. Os mamilos também podem mudar de cor na auréola, ficando com coloração mais escurecida. Até mesmo tonturas podem acontecer.
- Estresse e sonolência: esses fatores são também causados pelos hormônios durante a gravidez.
- Mudanças físicas: algumas mudanças no corpo e inchaços podem acontecer. No caso desse segundo, ocorre porque o corpo da gestante acaba armazenando mais fluidos. Medidas como deixar as pernas erguidas podem ajudar a diminuir os sintomas.
- Sangramento ou corrimento vaginal: esse é outro dos sinais de uma gravidez. Se você tiver suspeitando de uma gravidez precoce no brasil com esse e outros sintomas, fique atenta.
Por que são tantos os casos de gravidez precoce no brasil?
As razões da gravidez na adolescência são inúmeras. Quase todas, no entanto, estão em volta da educação sexual que a garota teve nos mais diversos ambientes que frequenta (escola, família, amigos, etc).
As estatísticas trazidas nos documentos que citamos são interpretadas por especialistas e definidas em vários fatores que levam à gravidez precoce no brasil. Listamos eles abaixo, para que você possa entender o que dizem esses estudos:
- Desejo da própria adolescência: parece difícil de entender para muita gente, mas muitas meninas podem desejar isso, principalmente se não receberem a instrução adequada a respeito dos riscos potenciais de uma gestação nesta idade.
- Histórico de gravidez familiar: se na família há muita gente que deu à luz na juventude, é provável que isso possa continuar nas gerações posteriores.
- Falta de orientação sobre sexualidade: educação sexual é muito importante para evitar isto. Converse com seus filhos, seja menino ou menina.
- Falta de escolaridade: quanto menor a escolaridade, mais chance de ter gravidez precoce no brasil.
- Fator socioeconômico: as estatísticas também demonstram que quanto menor o nível socioeconômico, mais é possível que aconteça isto. Não por acaso, pessoas de baixa renda normalmente não têm acesso a muitos benefícios – educação de qualidade costuma ser um deles.
- Área urbana x área rural: na zona rural há mais casos desses, em contraponto ao perímetro urbano.
- Abuso sexual: infelizmente isto também ocorre. No Brasil, é considerada criança quem tem menos de 12 anos e adolescente quem tem entre 12 e 18. Qualquer gravidez abaixo dos 14 anos é considerada fruto de abuso, uma vez que entende-se que a menina não tem o discernimento para consentir. Para este crime, a pena é de reclusão entre 8 e 15 anos.
- Ambiente familiar conturbado: se há muitas brigas dentro de casa, desentendimento entre pais e filhos, também pode ser um fator.
A gravidez precoce no brasil é sintoma de gestação de alto risco. O corpo da mulher ainda não está completamente preparado e pode levar a problemas de saúde para o bebê e para a mãe. Além disso, as consequências são avaliadas também em físicas, emocionais e socioeconômicas, como veremos:
- Consequências emocionais: é muito comum uma gestação neste período da vida levar a dificuldade afetiva entre a mãe e o recém nascido e trazer problemas psicológicos para a mãe, como a depressão.
- Consequências socioeconômicas: esse tipo efeito é um dos mais danosos à mãe, que passa a dedicar muito tempo à criança e pouco a ela mesma. Essas meninas tendem a parar de estudar e ficar com baixo nível escolar – o que prejudica posteriormente na procura de bons empregos e melhores salários, por exemplo. Muitas vezes, inclusive, sequer conseguem empregos. Se considerarmos que essas jovens mães muitas vezes acabam sendo abandonadas pelos pais que não querem assumir a criança, isso é ainda pior.
- Consequências físicas: risco de anemia e diminuição do peso, complicações no parto e prematuridade, a bolsa pode se romper muito antes do esperado, níveis mais altos de abortos espontâneos, eclampsia, endometrite puerperal e infecções sistêmicas.
- Riscos para o bebê: o último quadro de efeitos é também para a criança. Há maior risco dela nascer prematura e com todos os riscos associados a isso, ter um peso abaixo do normal e crescem as chances de algum tipo de malformação.
Em função desse grande número de consequências possíveis, o acompanhamento com profissionais de várias áreas é muito importante. Claro, não deixe de levar ao médico para começar um pré-natal o quanto antes. Pode ser que tenha de consultar mais de um especialista, para estarem alertas caso haja alguma emergência.
Além disso, o acompanhamento psicológico e até de uma assistente social pode ser importante. Fique atento às necessidades da menina. É importante também receber o apoio da família. Rejeitar a jovem mãe e o bebê fruto dela não auxiliam em nada a melhorar os possíveis problemas de uma gravidez precoce no brasil.
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Isso quer dizer que é importante que o pré-natal seja coberto por várias áreas. Na adolescência, entram nele as áreas médica, social, odontológica e psicológica. Se você tem alguma conhecida, existem também grupos de gestantes assim.
Estratégias para diminuir o número de grávidas na infância e adolescência
Como vimos, há uma série de razões associadas à gravidez precoce no brasil. Ligadas a essas motivações, estão as estratégias de prevenção. Nesse tipo de gestação, há muitos riscos associados à mãe e ao bebê. Por isso, se justifica a criação de políticas públicas e instrução aos familiares.
A Organização Pan Americana da Saúde (OPAS) é o escritório da Organização Mundial da Saúde nas Américas. Em conjunto com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) a OPAS produziu um relatório, em que elaboraram uma série de recomendações de medidas prevenção.
Todas essas medidas abrangem o nível educacional, a partir dos ambientes familiar e comunitário, e o âmbito do Estado, a quem compete criar leis efetivas e assegurar um bom sistema de saúde.
- Limitar o casamento antes dos 18 anos: no nível estatal a sugestão é proibir este tipo de matrimônio; no comunitário, informar melhor as jovens.
- Criar medidas de compreensão e apoio: o Estado deve criar programas multisetoriais de prevenção, enquanto as famílias e comunidades têm o dever de aumentar a educação sexual e fornecer métodos anticoncepcionais.
- Aumentar o uso de contraceptivos: o país deve reduzir o custo de anticoncepcionais a adolescentes e criar medidas informativas. Os pais e comunidade podem seguir as orientações do item anterior.
- Reduzir as relações sexuais sob coação: nada mais significa do que proibir relações forçadas e cumprir essas leis. Além disso, educar os meninos e homens adultos sobre os problemas relacionados a estes atos e as meninas para que resistam e denunciem.
- Reduzir o aborto em condições perigosas: uma recomendação polêmica, que indica ao Estado facilitar o acesso de adolescentes a métodos abortivos, para que evitem fazer isso clandestinamente e, por conseguinte, evitem sofrer com danos permanentes ou até a morte. Ao sistema de saúde cabe facilitar isso, enquanto a família deve informar a menina desses riscos e buscar seus direitos.
- Aumentar o uso da atenção qualificada antes, durante e depois do parto: o sistema de saúde deve ter um bom e rápido acesso a emergências obstétricas básicas e assegurar que tanto a família quanto o próprio ambiente hospitalar estejam preparados para o parto e possíveis condições de emergência. À comunidade, compete educar adequadamente as meninas e famílias sobre a importância da atenção qualificada.
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Como podemos ver, as famílias e comunidades, assim como a própria jovem, devem buscar o máximo possível se informar, educar e lutar pelos seus direitos. O mesmo documento da OPAS e da UNICEF, afirma que adolescentes que não foram educadas ou que possuem apenas educação primária têm quatro vezes mais chance de engravidar do que aquelas que tiveram. É um dado alarmante que demonstra a importância, muitas vezes desvalorizada, da educação.
Do Estado devemos cobrar medidas de prevenção e apoio eficazes. É muito importante que as crianças e adolescentes grávidas tenham todo o suporte necessário. Esse tipo de gestação é de alto risco. Além disso, fora da questão da saúde, existe a questão socioeconômica (por exemplo, medidas de apoio de inserção à adolescente no mercado de trabalho), física e até psicológica.
Se você conhece alguém que tem uma gravidez precoce no brasil, é importante demonstrar apoio. Rejeitar não vai ajudar em nada. Pelo contrário, tende a piorar ainda mais a situação. Imagina se a menina, em desespero, tenta fazer um aborto clandestino? Infelizmente é comum e as consequências podem ser fatais, para o feto e para a jovem. É importante que a jovem grávida esteja ciente de seus direitos e tenha apoio de todos que são próximos.
Referências
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/artigos/gravidez_adolescencia.pdf
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-72032012000800001
Tag:adolescência, Adolescente, Bebê, Gestantes, Grávidas, infância, Mãe, Pais, saúde