Transtorno do déficit de atenção e hiperatividade TDAH
Na atualidade o transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) tornou-se um assunto recorrente, especialmente entre os pais e os profissionais que atuam na área da saúde.
Mesmo diante a recorrência deste tema nas conversas, observa-se que muita gente ainda possui dúvidas quanto ao que é e o que esse quadro denota na vida das crianças.
Assim, é muito importante que existam conversas e informação coerente a respeito da temática, possibilitando maior conhecimento para todos os interessados.
Conteúdo
O que é o Transtorno do déficit de atenção e hiperatividade(TDAH)?
Se perguntarmos a alguém que não é profissional da saúde ou não convive com uma criança diagnosticada com o Transtorno do déficit de atenção e hiperatividade(TDAH), provavelmente essa pessoa não saberá o que responder.
Na melhor das hipóteses, irá desenvolver uma devolutiva com o que é de conhecimento popular, como que é algo que causa desatenção e agitação constante.
Ainda que esses sejam realmente sintomas do quadro, ele se apresenta como algo muito mais complexo do que isso.
É preciso muito cuidado ao compreender o que é o transtorno do déficit de atenção e hiperatividade(TDAH), evitando considerar toda e qualquer pessoa no quadro em razão de apresentar algum dos sintomas.
Geralmente este quadro é atrelado as crianças, pois conta com sintomas que devem se manifestar neste período de forma obrigatória.
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Porém, mais que a presença de sintomas, o quadro é definido em razão do diagnóstico que irá afirmar a presença do distúrbio, sendo este de origem neurobiológica.
O transtorno do déficit de atenção e hiperatividade(TDAH) é, portanto, um distúrbio neurobiológico, tendo origem genética, que afeta a atenção e o controle psicomotor do sujeito.
Seus primeiros sinais se apresentam já na infância, abarcando os meninos muito mais do que meninas, e apresentando uma taxa de até 5% entre as crianças em idade escolar.
Geralmente os pais notam os primeiros sinais em razão dos sintomas mais comuns, como a dificuldade para se concentrar nas atividades e constante agitação psicomotora.
Esse distúrbio está classificado entre os diversos presentes no Manual de Classificação das Doenças Mentais (DSM.IV), onde é dividido em três diferentes categorias:
- Quadro com sintomas de desatenção;
- Quadro com sintomas de hiperatividade e/ou impulsividade;
- Quadro combinado – desatenção e hiperatividade.
Em quaisquer dessas categorias, o transtorno do déficit de atenção e hiperatividade(TDAH) é algo que deve ser compreendido de modo sério, assim como tratado do mesmo modo.
As pessoas que são diagnosticadas neste distúrbio possuem maior possibilidade de desenvolver outros tipos de quadros, tais como a ansiedade e/ou depressão.
Essa possibilidade é algo que se atrela a todas as faixas, embora se torne muito mais comum no período da adolescência em razão de possível abuso de álcool e outras drogas.
Embora o diagnóstico seja, em geral, realizado na infância, a pessoa com esse distúrbio é alguém que terá de conviver com isso pelo restante da vida, o que aumenta a importância de um diagnóstico precoce.
Muitas das vezes, mesmo na atualidade, percebe-se certo desleixo diante esse cuidado, pela presença de pessoas que defendem o distúrbio como uma invenção da indústria farmacêutica.
Considerar esse entendimento é aplicar um cuidado desleixado a saúde da criança, pois este distúrbio é algo real, sendo reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Muitos países no mundo já abrangeram esse reconhecimento e em alguns, como o Estados Unidos, o sujeitos diagnosticados são protegidos por lei, possuindo direito a aspectos diferenciados na unidade escolar.
Permitir-se seguir desinformado quanto ao transtorno do déficit de atenção ou conhece-lo, mas encarar os sintomas de forma ingênua, pode tornar-se algo perigoso.
Ignorar sintomas aparentes é tirar possibilidades da criança vivenciar uma infância e desenvolvimento de modo mais saudável.
As causas que envolvem o Transtorno do déficit de atenção e hiperatividade(TDAH).
Na atualidade o consenso existente é de que as causas envolvidas no distúrbio estão relacionadas prioritariamente a questões genéticas, não enquanto causa definida, mas enquanto predisposição.
Além da causa genética, os recentes estudos apontam outros fatores que parecem colaborar para o desenvolvimento do quadro.
Atualmente, esses estudos concentram seu foco em aspectos como:
- Hereditariedade;
- Substâncias ingeridas pela mãe durante a gravidez;
- Problemas no parto;
Diante a questão da hereditariedade observa-se, por exemplo, que famílias onde já existem casos de crianças com diagnóstico do transtorno do déficit de atenção e hiperatividade possuem maiores chances de ocorrência de novos casos.
O padrão observado até o momento é de possibilidades referentes a 2 a 10 vezes mais chances de apresentar o distúrbio que famílias onde nunca houve este diagnóstico.
Outro aspecto observado neste sentido, são os diagnósticos de transtorno do déficit de atenção e hiperatividade em gêmeos.
Observa-se nesse sentido que os bebês univitelinos, os quais compartilham a mesma carga genética, apresentam sintomas similares do quadro quando há o diagnóstico.
Por outro lado, gêmeos fraternos contam com aspectos diferentes quando ao distúrbio, o que não somente colabora com a questão da hereditariedade, mas auxilia a refutar hipóteses quanto ao ambiente, pais ou dieta como facilitadores do quadro.
A questão relativa a ingestão de substâncias pela mãe diz respeito, por exemplo, ao uso de álcool e outras drogas.
Sabe-se que o uso destes pode causar alterações no cérebro do bebê, particularmente na formação do lobo frontal, área que é atingida nos quadros de transtorno do déficit de atenção e hiperatividade.
Muitas pesquisas têm sido apresentadas, indicando fatores como o alcoolismo como predisposições ao nascimento de bebês que irão apresentar o distúrbio.
Ainda assim, esta ainda é apenas uma hipótese, a qual vem sendo estudada e que apresenta resultados de associação entre o uso e o diagnóstico, porém ainda não há comprovação de causa e efeito.
Em relação aos problemas no parto os estudos vem demonstrando que sofrimento no parto pode estar relacionado ao diagnóstico do quadro, mas ainda é apenas uma suposição que vem sendo considerada.
Outro ponto que essa linha busca compreender é se a dificuldade no parto, assim como na gravidez, não se relaciona a um quadro de transtorno do déficit de atenção e hiperatividade referente a mãe.
Se a mãe não foi diagnosticada, porém vem a vida toda lidando com o distúrbio, ela possui os genes referentes ao quadro e, portanto, isso trabalharia a embasar a teoria que vem sendo mais aceita.
Existem outras situações as quais vem sendo estudadas, dada a relação feita diante os sintomas e a possibilidade do diagnóstico, embora muitas já tenham sido refutadas.
A exposição por chumbo, por exemplo, pode, por vezes, ser citada entre as causas dos sintomas envolvidos no quadro.
Entretanto, uma intoxicação por essa substância irá apenas apresentar sintomas similares ao quadro de transtorno do déficit de atenção e hiperatividade, mas a história clínica e modo de tratamento serão diferentes.
Além desta, observa-se que constantemente as pessoas atrelam o diagnóstico a fatores como:
- Aspartame e corante amarelo – substâncias alimentícias;
- Deficiências hormonais;
- Deficiências na dieta alimentar.
Mesmo diante uma forte crença popular nestes fatores é indispensável compreender que estas nada tem de ligação com o início dos sintomas, havendo comprovação cientifica a respeito.
Assim como as possíveis causas que vem sendo pesquisadas na atualidade, estas também foram investigadas, apresentando resultados negativos quanto a sua conexão diante os quadros.
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Os principais sintomas.
O transtorno do déficit de atenção apresenta alguns sintomas que são principais, destacando-se diante o comportamento do sujeito.
Dentre estes contemplam-se:
- Desatenção;
- Hiperatividade;
- Impulsividade;
- Dificuldade na relação familiar;
- Dificuldade na relação social;
- Baixo desempenho escolar e/ou profissional.
O grau em que esses sintomas se mostram presentes, assim como a forma que comprometem o sujeito, será diferente de cada caso em particular.
Por vezes, é possível observar a prevalência de um dos sintomas, notando também o que a sua presença apresenta enquanto dificuldade para o sujeito.
No caso da desatenção, por exemplo, observa-se que há muita dificuldade para organizar as atividades com as quais se envolve, assim como de seguir instruções que lhe são dadas.
Isso pode acarretar em uma troca constante das atividades que estão sendo realizadas, dada a distração fácil e o esquecimento diante o que estava sendo feito.
Não é incomum que isso apresente consequências como maior dificuldade para se atentar a detalhes e iniciar atividades que requerem atenção neste quesito, o que causa queda no desenvolvimento escolar e, posteriormente, profissional.
As pessoas que contam com o sintoma da hiperatividade irão ver atividades que requeiram silêncio e calmaria como um grande desafio.
Assim, apresentam sintomas como impaciência constante, impulsividade diante as atividades a serem feitas, intromissão nos assuntos alheios ou precipitação mesmo diante as conversas em que está envolvido.
Cada um desses sintomas irá também afetar a vida social deste sujeito, alterando o funcionamento de sua relação familiar e com as outras pessoas.
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Até que o diagnóstico ocorra os comportamentos apresentados enquanto sintomas podem ser vistos unicamente de maneira negativa pelas pessoas ao redor, implicando de na questão social.
Isso em razão das atitudes passarem a serem entendidas enquanto mau comportamento, má educação ou má vontade, o que não é caso.
Embora durante a adolescência e na vida adulta os sintomas se mostrem menos evidentes, em razão dos comportamentos aprendidos pelo sujeito ao longo deste período, eles ainda estarão lá, tornando atividades aparentemente simples, um grande desafio.
Ao longo do tempo podem apresentar consequências negativas atreladas a esses sintomas, tal como baixa na autoestima e ansiedade.
Como ocorre o diagnóstico.
Estar atento aos sintomas que indicam a presença do distúrbio, assim como as possíveis intervenções que visam auxiliar o sujeito é o início para auxilia o sujeito a viver melhor.
O diagnóstico do transtorno do déficit de atenção e hiperatividade é algo muito sério e complexo, portanto, envolve uma série de aspectos a serem contemplados.
É feito exclusivamente por um profissional da medicina, o qual irá avaliar sintomas e o histórico do sujeito, avaliando fatores como:
- Se os sintomas apareceram antes dos 7 anos de idade;
- Se ocorrem em minimamente 2 ambientes diferentes, como em casa e creche;
- Ocorrem há pelos menos 6 meses;
- Dificultam o relacionamento social.
Avaliar essas questões é o primeiro passo para diagnosticar o quadro.
Embora os sintomas comecem a ficar mais evidentes a partir da idade escolar, onde a criança posta diante tarefas que diretamente se entrelaçam as suas dificuldades, é preciso também refletir sobre o período anterior.
Isso é importante, considerando que, enquanto distúrbio neurobiológico, o transtorno do déficit de atenção e hiperatividade estará presente desde o nascimento.
Ademais, um diagnóstico correto é imprescindível na evitação de um tratamento desnecessário.
Formas de tratamento.
O tratamento ocorre, de modo geral, a partir do uso de duas linhas em conjunto: a terapia medicamentosa e a psicoterápica.
No caso dos medicamentos, eles são utilizados viabilizando intervir na questão neurobiológica da situação.
Em razão disso, são prescritos fármacos como o metilfenidato, popularmente conhecido como ritalina, que funciona como um neuroestimulante e também antidepressivos.
A inserção destes medicamentos pode causar reações colaterais no início, tais como dores de cabeça, falta de apetite e insônia, mas fazem parte do processo inicial.
Uma vez que o organismo se acostuma com seu uso, o composto deixa de produzir este tipo de reação, agindo somente para o seu propósito inicial.
A psicoterapia, por sua vez, é feita em conjunto, pois irá trabalhar diretamente nas consequências psicológicas provindas do quadro.
Desse modo, questões relacionadas a autoestima, sentimentos existentes de fracasso ou constante frustração, por exemplo, podem ser trabalhados em paralelo.
Ademais, especialmente quando se fala do tratamento com crianças, observa-se que pode haver a necessidade de trabalhar em equipe multidisciplinar.
Neste caso, profissionais como psicopedagogos podem fazer parte do grupo que intervém, buscando proporcionar ao sujeito uma vida com maior qualidade.
Este trabalho em conjunto é muito importante, na medida em que permite abarcar cada aspecto do paciente que pode ser afetado pelas questões do distúrbio.
O diagnóstico do transtorno do déficit de atenção e hiperatividade não é, portanto, uma coisa ruim e que represente uma enorme preocupação na vida dos pais ou do próprio sujeito.
Saber o que está acontecendo, o motivo de determinados comportamentos, representa uma oportunidade de prezar por uma vida mais saudável.
Somente através do diagnóstico correto se torna possível aplicar medidas de tratamento e também de remediação diante os sintomas apresentados.